segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Os cariocas no Brasileirão

A situação do Fluminense é muito preocupante. Perder em casa por 3 a 1 e para um adversário direto na luta contra o rebaixamento é de fazer qualquer tricolor arrancar os cabelos. Ainda mais da forma que aconteceu, jogando um futebol apático, sem atitude e com falhas bisonhas na defesa. É necessário urgentemente acertar o posicionamento da defesa e colocar na cabeça dos jogadores que além de ajuda mútua é preciso jogar no limite para tirar o Fluminense desta situação vexatória. Agora, neste segundo turno, o Flu vai ter que fazer o que não fez durante todo o primeiro, uma campanha de time que luta pela libertadores, com aproveitamento de 54%. Isso porque os matemáticos calculam em 47 pontos para que um clube se livre com total segurança da degola. Resumindo, terá que fazer a mesma campanha que fez o Atlético Mineiro na primeira fase do Brasileirão. Difícil, mas não impossível.

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Um time que perde tantos gols quanto perdeu o Flamengo contra o Grêmio não merece vencer um jogo. Emerson e Adriano se fartaram de perder chances, mas também é preciso destacar a grande atuação do goleiro Victor. O melhor em campo. O técnico Andrade até tem razão em falar que o resultado foi mentiroso, mas time que quer ser campeão ou pelo menos conseguir uma vaga na Libertadores não pode empatar com Náutico em casa e perder de goleada para o Tricolor Gaúcho da forma que foi. Tudo bem, alguns jogadores estão contundidos e outros suspensos, mas isso é normal em um campeonato longo. É por isso que um bom elenco é tão importante. Se for confirmada, a contratação do zagueiro Lima, do Real Betis, da Espanha, será um bom reforço para a defesa que vem tomando muitos gols, mas é preciso também reforçar o meio.

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O Botafogo fez um bom jogo no empate contra o líder Palmeiras e deu esperanças para a torcida no segundo turno. Mas ainda acho cedo para avaliarmos o trabalho do treinador Estevam Soares, até porque o time ainda carece de um elenco melhor. O time principal até é bom, mas os reservas são de chorar.

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O Vasco parece ter encontrado o rumo na segunda divisão e segue firme para a volta ao lugar que merece a sua tradição, a elite do futebol brasileiro. Talvez não faça uma campanha como a do Corinthians e vença o campeonato com tanta facilidade, mas quem se importa com isso? O Crucial é se classificar entre os quatro primeiros, o resto é lucro.

Tudo velho de novo

Estou enganado ou os clubes de futebol deram um passo atrás com a demissão em massa de técnicos neste Brasileirão? Somente Goiás, Atlético Mineiro, Internacional, Avaí, Corinthians e Cruzeiro ainda não colocaram para escanteio seus treinadores. É uma pena, pois cheguei a pensar que desde 2007 o futebol brasileiro caminhava para um leve amadurecimento administrativo, com a manutenção dos comandantes de seus times e a implementação do sócio-torcedor em vários clubes. Náutico e Sport trocaram de técnico várias vezes e continuam definhando na zona de rebaixamento, o Fluminense colocou Renato Gaúcho no lugar de Parreira e segue amargando a vice-lanterna, já os dirigentes do envelhecido time do Santo André mandaram embora Sergio Guedes e o clube despencou para a zona da degola. Sabe como é né, é mais fácil demitir um funcionário do que vários jogadores. É mais fácil jogar toda a culpa em alguém do que assumir os erros administrativos. Isso vai continuar acontecendo enquanto os dirigentes não forem responsabilizados por seus atos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Futebol Mal-educado

O futebol é, disparado, um dos esportes mais mal-educados de todo mundo, nele não há distinção entre primeira ou quarta divisão, palavrões são ditos aos berros entre jogadores e técnicos em todo território nacional. Mas Léo Moura levou essa condição a outro nível, ainda mais se lembramos que hoje em dia tudo é registrado pelas câmeras de TV. Seus xingamentos ditos no momento em que fez o gol de empate entre Flamengo e Náutico, momento este que deveria ser de alegria e vibração, invadiram nossas casas sem a menor permissão. Um péssimo exemplo para as crianças que são fãs do lateral justamente pelo seu estilo moicano, pelo seu estilo despojado. Enfim, sou contra a atitude Léo Moura, mas não podemos esquecer que os jogadores são seres humanos e não robôs. Não podemos esquecer também que é muito fácil criticar de fora do campo, sentado numa confortável cadeira, tomando um suco e comendo pipoca. O futebol é um esporte de contato, em que os jogadores estão com os nervos a flor da pele. Ainda por cima, o lateral Rubro-Negro era perseguido pela torcida desde o começo do jogo, recebendo vaias de boa parte da arquibancada. Devido a esta situação, Léo explodiu em um desabafo mal-educado e ele tanto sabe disso que até já pediu desculpas. Porém, quero levantar alguns pontos sobre o ocorrido. Léo Moura realmente não vem exibindo o futebol que todos sabem que tem, mas também não vem sendo o pior do time, tanto que jogou bem e fez gol contra o Atlético Mineiro. E mesmo que estivesse tão mal, não faz sentido, na minha opinião, vaiar o time ou alguns jogadores desde o começo do jogo. Desta forma o time entra em campo sem confiança e com medo de errar. Essa atitude só ajuda ao adversário. O ideal, era que a torcida, se estivesse insatisfeita, vaiasse somente no final, até porque muitos times jogam mal e vencem suas partidas. Os últimos campeões do Campeonato Brasileiro venceram boa parte de seus jogos desta forma. Alguns torcedores já perceberam a impossibilidade de jogar bem sempre, mas que ser competitivo é necessário. A torcida tem todo direito de vaiar, afinal ela pagou para ver o jogo, mas dever não deve. Definitivamente é um tremendo tiro no próprio pé.

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Peraí né minha gente, punir o Léo Moura com jogos de suspensão por esse incidente já é fazer tempestade em copo d’água. Um exagero. Até porque o lateral poderia pegar de um a dez jogos. Aí eu sou obrigado a fazer uma pergunta: Quantos jogos deve pegar um jogador que dá um carrinho por trás? 250 dias? E um agressor? Dois anos? Eu sou a favor de punições para os jogadores violentos, que distribuem cotoveladas, socos e pontapés, mas na situação do Léo Moura eu acho um pouco demais. Uma multa está de bom tamanho.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Destino Rubro-negro

Destino, tai uma palavra muito usada por todos e que explica muitas coisas da vida de qualquer um. Bom, no dicionário eu destaquei uma definição que descreve muito bem o que foi a vitória do Flamengo sobre o Santos, na Vila Belmiro, em São Paulo. Lá estava escrito assim, destino: fim para que se reserva ou destina alguma coisa. No dia em que o Flamengo era dirigido por Andrade, que foi campeão brasileiro cinco vezes como jogador, sendo quatro pelo time da Gávea, mal sabia a torcida o que o destino reservaria para aquela partida. Naquela noite, Andrade enfrentaria o técnico Vanderlei Luxemburgo, logo ele que em 1976 fez o gol que deu a única vitória Rubro-negra contra o rival, na Vila mais famosa do mundo. O jogo era somente mais um nesta décima quarta rodada deste infindável campeonato, mas acabou ganhando contornos importantes por ser o milésimo jogo do Flamengo em Brasileirões. Nenhum outro clube alcançou ainda esta marca e isso não é pouca coisa. Admito que o jogo foi de baixo nível técnico, com muitos passes errados, mas isso não importava. Naquela noite, o orgulho Rubro-negro batia no peito e exigia a vitória, nada mais. Na cabeça de cada torcedor passava um desejo profundo, chega! Hoje, essa maldição acaba aqui e agora! E acabou. Bem ao estilo da Gávea. Suado e de virada. Adriano fez o primeiro e Bruno Paulo cruzou a bola que resultaria no gol contra que selou a vitória. Dois jogadores formados nas divisões de base do Flamengo, que sabem o que é o clube e o que significava este jogo. Ao final, enquanto Luxemburgo soltava palavrões com seus jogadores, Andrade caminhava com toda elegância que também exibia nos tempos de gramado. E na entrevista, chorando lágrimas sinceras, emocionou a todos dedicando a vitória ao amigo, e ex-goleiro do clube, Zé Carlos. O Zé Grandão, infelizmente, havia morrido vítima de câncer no estômago. Mal sabia Andrade que naquele dia morreria, felizmente, também um tabu de 33 anos. Coincidências vêm e vão, mas quis o destino que a história da partida fosse contada desta forma.

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Com os treinadores que estão disponíveis no mercado, não me surpreenderia se Andrade assumisse de vez como treinador. Acho até que é uma boa opção, pois Andrade está no clube há muito tempo e conhece os jogadores. Facilitaria se Fabio Luciano, que tem muita influência sobre os atletas, assumisse um cargo no departamento de futebol também. Que o elenco gosta do treinador interino, isso todo mundo sabe, só não pode confundir amizade com bagunça. Na Gávea, certas horas Andrade precisará ter pulso firme.

Nem tudo que não reluz é latão

O jornalista Gabriel Dudziak lançou uma matéria no site "Olheiros" e mostra que nem tudo que não reluz é latão. Na matéria, são destacados jogadores que hoje fazem sucesso no futebol e nunca foram destaques nas categorias de base em seus clubes de origem. Isso mostra que a delicada virada de categoria amadora para a profissional prejudica alguns, mas também pode mudar a vida para melhor de outros. Segue abaixo a lista:


Hernanes

O craque do último Campeonato Brasileiro teve uma trajetória bastante difícil no futebol de base. Fruto dos juvenis do Unibol, de Pernambuco, Hernanes veio para São Paulo em 2001, aos 16 anos. Na capital paulista foi reprovado em testes no Corinthians, Palmeiras e Juventus até assinar pelo São Paulo. Com atuações sem destaque pela base tricolor, o meio-campista quase chegou a deixar o clube em 2005, depois que participações discretas em duas edições da Copa São Paulo e um novo teste no Corinthians levaram-no a repensar seu futuro no clube. O São Paulo, no entanto, decidiu segurar o jogador, que foi promovido aos profissionais e então emprestado para o Santo André em 2006. No clube paulista, Hernans atuou de lateral, meia-armador e até de atacante. Voltou ao tricolor em 2007 e, enfim fixado como segundo volante, virou referência na posição, sendo hoje uma das maiores promessas do futebol mundial.

Ibson

Integrante das categorias de base do Flamengo desde os nove anos, Ibson teve boas passagens pelos ranques do rubro-negro, mas não era exatamente um craque. Seu talento como meia armador só foi ser revelado em 2003, quando, aos 20 anos, prestes a estourar o limite de idade dos juniores, teve atuações destacadas pelo clube na conquista da Taça Belo Horizonte. O bom desempenho e as dificuldades financeiras do Flamengo fizeram com que Ibson fosse alçado aos profissionais ainda naquele ano. Sua estreia aconteceu no Campeonato Brasileiro contra o Vasco, quando foi deslocado para a posição de segundo volante. Após ter outras chances na competição, sempre como substituto, ganhou a vaga de titular e não saiu mais. O melhor período em sua primeira passagem pelo clube, no entanto, viria em 2004, quando se tornou um dos ídolos de uma equipe sofrível do Flamengo. Saiu para o Porto, voltou à Gávea e, apesar de ter abandonado a equipe há menos de um mês, já deixa saudades.

Kaká

Quem olha hoje para Kaká e seus inúmeros prêmios e prestígio no mundo do futebol pode até se esquecer que o melhor jogador do mundo de 2007 era banco nos juniores do São Paulo. Mais badalado por conta de seu acidente em uma piscina, quando quase sofreu danos irreversíveis, Cacá, na época com "C" mesmo, não tinha espaço na equipe junior capitaneada por figuras como Harison e Renatinho. Dado quase como carta fora do baralho, Kaká foi então chamado pelo técnico Vadão para a equipe principal, fazendo sua estreia em janeiro de 2001. Seu momento de glória veio dali a alguns meses, com o meia sendo decisivo na conquista do Torneio Rio-São Paulo. Rapidamente alçado à condição de ídolo tricolor, Kaká teve que enfrentar a má fase da equipe paulista nos dois anos seguintes, mas conseguiu superar os desempenhos ruins com atuações memoráveis pelo Milan. Hoje é o principal jogador da seleção brasileira e um dos melhores atletas em atividade no mundo do futebol.

Elano

Depois de três anos treinando futebol de salão na pequena Iracemópolis, interior de São Paulo, Elano começou sua trajetória no campo disputando campeonatos regionais. Suas atuações logo chamaram a atenção do Guarani, que o contratou em 1995 para integrar as categorias de base. No clube de Campinas, no entanto, Elano não brilhou como se esperava. O meio-campista permaneceu sem muito destaque na equipe paulista até 2000, quando, aos 19 anos, foi emprestado para a Internacional de Limeira. No novo time, Elano deu mostras do futebol que o consagraria anos mais tarde, terminando como artilheiro do campeonato paulista junior daquele ano, com 13 gols. A façanha trouxe enfim o interesse de grandes clubes e o meia assinou pelo Santos em 2001. Dali pra frente seu futebol cresceu ano a ano, permitindo que se transformasse rapidamente em dos principais jogadores do Santos, Shaktar Donetsk e, agora, da seleção.

Jean

O talentoso volante Jean iniciou sua carreira futebolística na base do Operário-MS, em 2001. Depois de boas atuações, se transferiu para o São Paulo no ano seguinte, aos 16 anos, onde formou o meio-campo da equipe junior na Copinha de 2004 ao lado de Hernanes. Jean chegou a ser promovido em 2005 para a equipe principal, mas não conseguiu se firmar no elenco campeão da Libertadores e do Mundial. Foi emprestado para o América de Rio Preto no ano seguinte, de onde migrou para o Marília e depois para o Penafiel, de Portugal, também em transações temporárias. No segundo semestre de 2008, o volante voltou ao São Paulo e, após uma improvável escalação, ganhou a confiança de Muricy Ramalho, que o fixou como volante de contenção da equipe hexacampeã brasileira. Considerado por Hernanes como seu "sucessor", Jean é um dos poucos atletas que conseguiu manter a forma no péssimo São Paulo de 2009, sendo titular na maior parte dos jogos desse ano.

Bruno

Pouco badalado nos juniores do Atlético-MG, o goleiro Bruno só foi estrear pelo Galo no Campeonato Brasileiro de 2005, graças a uma improvável associação de fatos. Com 21 anos, Bruno era apenas o terceiro goleiro do clube mineiro, mas conseguiu a titularidade depois que Danrlei foi suspenso e Diego Alves, reserva imediato e que hoje está no Almeria, foi convocado para defender a seleção brasileira sub-20. A chance não passou batida e Bruno fez atuações espetaculares defendendo a meta do clube mineiro. Em 2006 se transferiu para o Corinthians, mas desentendimentos com a diretoria fizeram com que o atleta fosse repassado ao Flamengo. Inicialmente reserva, Bruno se aproveitou da contusão do goleiro Diego para novamente desbancar a concorrência e se estabelecer como titular absoluto e ídolo da torcida flamenguista ainda naquele ano, condição que perdura até hoje.

Taison

De origem muito humilde, Taison venceu a fome e deixou a vida como flanelinha pra trás, no ano de 2003, quando começou a jogar futebol na escolinha do Brasil de Pelotas. No ano seguinte rumou para o Progresso, também do Rio Grande do Sul, onde suas atuações despertaram o interesse de olheiros do Internacional. A princípio seu tipo físico mirrado e franzino não inspirou confiança nos treinadores do Colorado. Contudo, a equipe de Porto Alegre deu o braço a torcer e contratou o garoto em 2006. Na base do Inter, Taison conquistou diversos títulos ao lado de atletas como Ramon, Sidnei e Pato, mas, ao contrário dos companheiros, não conseguiu realizar a transição para o profissional de forma rápida. Praticamente ignorado por Abel Braga, ganhou sua chance apenas no ano passado, seu último como junior, sob o comando do técnico Tite. Ainda em 2008 começou a figurar na equipe titular e hoje é uma das peças-chave do clube gaúcho.

Robinho

O habilidoso atacante começou sua carreira no futebol de salão, em 1993, quando ainda tinha 9 anos. No ano seguinte já disputava partidas de campo e em 1996 entrou para a academia do Santos. Seu crescimento como atleta se intensificou a partir dos 15 anos, mas seu porte físico pouco avantajado lhe causou problemas no início da carreira. Apesar de ter bons desempenhos na base santista, Robinho não conseguiu se firmar na seleção brasileira sub-17, sendo preterido por atletas como Caetano (ex-São Paulo), Anderson (ex-Vasco) e Malzoni (ex-Coritiba). Reserva na Copinha de 2002, Robinho, então com 18 anos, viu suas perspectivas mudarem ainda naquele ano, depois que Celso Roth resolveu apostar mais em seu futebol. Rapidamente consolidado como titular, Robinho mostrou em pouquíssimo tempo o talento e a habilidade que hoje todos conhecem, sendo peça fundamental na primeira conquista santista do Campeonato Brasileiro.

Léo Moura

Jogador chave do Flamengo nos últimos anos, o lateral direito Leonardo Moura começou sua carreira nas categorias de base do Botafogo, atuando inicialmente como meio-campista. O atleta acabou sendo negociado antes mesmo de estrear pelos profissionais do clube, indo para o Germinal Beer, da Bélgica, ainda aos 19 anos, em 1999. Depois de uma passagem discreta pela Europa, que incluiu uma temporada no Den Hag, da Holanda, voltou para o Botafogo em 2001. No clube carioca, Leonardo se tornou lateral, mas não conseguiu se firmar em nenhuma equipe nos anos seguintes. Em 2002 trocou o Botafogo pelo Vasco, e na sequência o clube da Colina pelo Palmeiras, em 2004. O futebol discreto se manteve nas passagens pelo São Paulo, Fluminense e Sporting Braga e Léo só foi atuar a bom nível quando chegou ao Flamengo, em 2005. No rubro-negro se revelou um ótimo apoiador, conseguindo a convocação para a seleção brasileira e a consagração como um dos melhores laterais do País.

Marcos

Diferentemente dos juniores de hoje em dia, que começam muito cedo no futebol, o goleiro Marcos só foi ter o início de sua carreira futebolística aos 18 anos, quando, em abril de 1992, assinou pelo Palmeiras. Inicialmente terceiro goleiro do clube, Marcos fez sua estreia com a camisa alviverde ainda naquele ano, em um amistoso contra a Desportiva. Depois disso o arqueiro continuou esquentando o banco até 1996, quando, já como reserva imediato de Veloso, teve a oportunidade de atuar durante uma partida do Campeonato Paulista. A titularidade e sua consagração na meta do clube, no entanto, só foram acontecer em 1999, depois que assumiu o gol palmeirense e levou o time à conquista de sua primeira Libertadores da América. Daí em diante São Marcos se tornou um dos maiores goleiros e ídolos da história do Verdão e do futebol brasileiro, um futuro imaginado por poucos no início da década de 90.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Os técnicos e a milionária dança das cadeiras

Torcedores e jornalistas já estão acostumados com a dança das cadeiras entre os técnicos do futebol brasileiro, mas desta vez um fato raro chama a atenção. Vocês lembram qual foi a ultima vez que tantos treinadores de renome nacional e até internacional estiveram desempregados? Ou melhor, vocês lembram-se de tantos demitidos de seus ex-clubes? Pois é, nada menos que Muricy Ramalho, Vanderlei Luxemburgo e Carlos Alberto Parreira estão dando sopa no mercado. Destes três, o comandante de pior trabalho de longe foi Parreira, que desde que assumiu o Fluminense no Campeonato Carioca não conseguiu dar padrão tático a equipe. É justo falar que o Tricolor Carioca tem um time desequilibrado nas suas posições, alem de conviver com um racha entre parte do elenco que recebe em dia do patrocinador e parte que recebe atrasado do clube. Em um elenco com EdCarlos, a alegria dos atacantes adversários, e Mariano, que não joga nem na minha pelada, não há técnico que dê jeito. Mas a sensação é que Parreira não tem mais paciência para dirigir equipes à beira do campo, ainda mais no Brasil com a total falta de respaldo das diretorias, planejamentos ruins e desorganização dos departamentos de futebol. A solução mais provável para o tetracampeão mundial pela seleção, em 94, tende ser a de assumir um cargo de coordenador. Já com Muricy e Luxemburgo o fato que me chama a atenção é outro. Ninguém questiona a competência dos dois, mas é impressionante e irreal o salário que os dois treinadores recebem ou negociam com os clubes. Luxa recebia do Palmeiras algo em torno de 500 mil reais e Muricy negocia com o Santos a "bagatela" de 430 mil. O detalhe é que a explicação de Marcelo Teixeira, presidente do Peixe, para não ter renovado com Luxemburgo, na sua ultima passagem pelo clube em 2007, foi que precisava enxugar os salários. Não é possível, será que de lá pra cá o Santos passou a nadar em dinheiro? Ou será que o Tio Patinhas virou patrocinador do clube? Não podemos esquecer ainda das altas multas rescisórias, que obrigam os clubes a se endividar ainda mais no caso de demissão, fato que mais dia ou menos dia irá acontecer como estamos vendo hoje em dia. Há muito tempo que o mercado da bola está inflacionado, mas os dirigentes seguem pulando como pipoca em suas cadeiras quando técnico$ gabaritado$ estão sem clube, prometendo mundo$ e fundo$ sem a menor responsabilidade financeira. Mas tudo bem. Afinal, o dinheiro não é deles mesmo.

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O Palmeiras desde que demitiu Luxemburgo e vem sendo treinado por Jorginho, que era técnico do time B, acumulou três bons resultados. Mas peraí minha gente, foram jogos contra o Santos(1 a 1), que vai mal das pernas, além de Avaí(3 a 0) e Náutico(4 a1), que estão na rabeira do Brasileirão. Não acho que Jorginho esteja pronto para dirigir um clube do tamanho Palmeiras ainda. Falta experiência para o novo técnico. Hoje, contra o Flamengo, no Maracanã, será um verdadeiro teste.

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Nada contra o show de 50 anos do rei Roberto Carlos, mas é inadmissível que se continue estragando o gramado do Maracanã com eventos musicais. O Maraca tem como prioridade o futebol. Show só com a responsabilidade dos organizadores em preservar o gramado. E ponto final!

As melhores categorias de base do Brasil

A revista Trivela, em sua edição de julho, elaborou um interessante ranking em que classifica os clubes com as melhores categorias de base do futebol brasileiro. Para elaborar essa lista, a publicação avaliou quatro critérios: a utilização dos jogadores revelados no time principal, dinheiro arrecadado com a venda de pratas-da-casa, desempenho em competições de base e infraestrutura. Todo o levantamento se refere a 2008 e 2009, e considera os 20 clubes da Série A e os três da Série B que já foram campeões nacionais (Vasco, Bahia e Guarani). Nela se destacam os gaúchos, com Inter e Grêmio, como as melhores categorias de base. Só acho que no critério faltou levar em consideração os jogadores formados pelos clubes que foram convocados para a Seleção Brasileira.

Confira abaixo o ranking completo:

Clube Pontos
1) Internacional 32,2
2) Grêmio 28,5
3) Cruzeiro 26
4) Atlético-MG 23
5) São Paulo 21,8
6) Fluminense 21,05
7) Flamengo 19,55
8) Atlético-PR 19,45
9) Vitória 17,75
10) Santos 16,85
11) Coritiba 15,45
12) Náutico 14,8
13) Vasco 14,75
14) Sport 14,1
15) Corinthians 13,45
16) Bahia 12,5
17) Santo André 11,45
18) Avaí 10,55
19) Goiás 10,45
20) Palmeiras 10,2
21) Barueri 8,5
22) Botafogo 7,35
23) Guarani 5,6

segunda-feira, 13 de julho de 2009

É ver para crer

O Milan iniciou sua pré-temporada com Leonardo estreando na função de técnico e sem contratações de peso. O Rubro-negro de Milão tentará ainda uma grande investida para ter Luis Fabiano nesta temporada, mas a surpresa pode surgir de dentro do próprio elenco. No primeiro amistoso preparatório para o próximo semestre contra o Varese, o time de Silvio Berlusconi venceu por 2 a 0, gols de Inzaghi, e Ronaldinho Gaúcho foi eleito o melhor em campo pela mídia esportiva italiana. Com lances de efeito e dribles desconcertantes Ronaldinho teve participação direta no segundo gol, onde mostrou o futebol que todos esperam dele.

Veja os melhores momentos do amistoso clicando AQUI.

Leonardo tem uma tarefa árdua que é colocar Ronaldinho de volta nos trilhos do bom futebol, mas ao mesmo tempo, por ser brasileiro e já conhecer o jogador, o novo técnico pode ter sucesso aonde o antigo treinador, Carlo Ancelotti, fracassou. De acordo com o jornal Italiano "La Gazzetta dello Sport" Ronaldinho selou um pacto de profissionalismo e prometeu a Leonardo, a Berlusconi e aos jogadores que faria de tudo para liderar a equipe em busca da vitória na temporada. A defesa do Milan também foi muito elogiada com a entrada de Thiago Silva, que deverá ser o titular da defesa ao lado de Nesta. Agora é esperar para ver, mas os lances de Ronaldinho são animadores.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Balanço da Seleção Brasileira na Copa das Confederações

O Brasil saiu da Copa das Confederações como único time invicto, com o artilheiro, o melhor jogador do torneio e merecidamente campeão. Mas o que ficou mais claro é que os jogadores estão fechados com o técnico. Dunga não é nenhum primor tático, muito pelo contrario, mas não podemos negar sua estrela, além de sua liderança e carisma sobre os atletas. A Seleção Brasileira mostrou virtudes, principalmente na rapidez e organização dos contra-ataques, mas também mostrou a já conhecida deficiência contra seleções que só se defendem. É óbvio que contra equipes retrancadas geralmente o jogo é difícil para qualquer seleção do mundo e o importante nesses momentos é vencer. E temos que ressaltar o título sim, porém temos também que avaliar com olhar crítico. Então vamos lá. No gol temos Julio César, o melhor goleiro do mundo. Na sua reserva Doni vem sendo convocado constantemente e a terceira vaga fica entre Gomes e Victor. A dupla de zaga está muito bem com Lúcio e Juan, a torcida fica só para que as contusões do segundo cessem antes da Copa. Porém, Gilberto Silva, apesar de ter certa liderança e experiência, oscila muito nos jogos. Contra Egito, África do Sul e Estados Unidos Gilberto mostrou uma movimentação limitada e passes pouco produtivos, o que fez sobrecarregar Felipe Melo tanto na saída de bola quanto na cobertura aos laterais. Temos que lembrar que o volante Anderson, do Manchester United, não foi convocado por que estava contundido e pode ser uma opção para a vaga de Gilberto. Basta escalar Felipe Melo como primeiro volante, função que já exerce na Fiorentina, e lançar Anderson na de segundo volante. Mas não arranquem os cabelos se Gilberto Silva for o titular na Copa, até porque Dunga faz questão que a posição tenha um jogador forte nas bolas aéreas. Na lateral-direita estamos muito bem servidos com Maicon de titular e Daniel Alves na reserva. Já a esquerda preocupa, pois não temos um jogador que tenha agradado até o momento. André Santos teve uma tímida produção na competição e Kleber inspira menos confiança ainda, tanto que Dunga preferiu escalar Daniel Alves improvisado na esquerda ao invés do lateral do Internacional. A esperança fica nos pés de Fábio Aurélio, do Liverpool, que está voltando de uma artroscopia e fez uma excelente temporada na Inglaterra. No meio-de-campo Ramires provou com muita movimentação e velocidade que pode ser um bom titular. Sobre Kaká qualquer elogio é pouco. É o melhor jogador da nossa seleção e tem tudo para ser o grande destaque da Copa do Mundo. No ataque, Luis Fabiano vem demonstrando, com muita garra, que é artilheiro e vem fazendo o papel de atacante enfiado na área com muita competência. Apesar de não ser tão badalado, o faro de gol do Fabuloso vem acabando com as especulações e concorrências de Adriano, Ronaldo e Fred. No entanto, Robinho me preocupa. O atacante do Manchester City não mostra o seu potencial há muito tempo na Seleção. É necessário que alguém converse com ele e apresente um vídeo do Kaká para fazê-lo entender o que é um futebol objetivo. Chega de firulas. Mas o que mais chama a minha atenção é que Dunga não substitui Robinho de maneira nenhuma, o que acaba passando a mensagem de que está tudo ótimo, o que de fato não está. O atacante pode e deve render muito mais. Apesar disso tudo ou com isso tudo, o Brasil demonstrou o melhor futebol da competição, com deslocamentos rápidos, contra-ataques fulminantes, jogadas incisivas pelos lados e, principalmente, um espírito coletivo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Caldeirão da Gávea

Crise no Flamengo! Esta aí um clube que vive sempre entre o céu e o inferno. Quando tudo está bem, está ótimo. Mas quando tudo está mal, está péssimo. Como não pretendo me alongar muito sobre este assunto, vou logo colocando minhas opiniões sobre essa crise. Adriano tem privilégios na Gávea? Tem sim, assim como Ronaldo no Corinthians e Fred no Fluminense. O que vai pesar é se o Imperador fará gols e decidirá jogos. Se isso acontecer, tudo ficará bem, assim como está com Ronaldo e o clube paulista. Se os gols forem escassos, uma bomba que vale 360 mil reais, que é o salário de Adriano, cairá sobre a Gávea. Mas a crise não está acontecendo por causa do atacante do Flamengo e sim por um erro de Cuca. O técnico reclamou pela imprensa da postura de alguns jogadores, principalmente de Adriano, e isso não pegou bem na equipe. Qualquer torcedor de cinco anos sabe que em clube de futebol a roupa suja se lava em casa. Essa é a pior situação para um técnico lidar com seus atletas e, pra falar a verdade, pouquíssimas vezes vi uma solução que não fosse a demissão. Demissão do treinador, claro. Não que eu seja a favor disso, muito pelo contrario, mas essas situações costumam ficar insustentáveis para os comandantes. A única solução para isso é muita conversa entre comissão técnica e atletas, além de um mea culpa do treinador pela imprensa. Até porque o Flamengo tem um bom time, capaz de pelo menos lutar por uma vaga na Libertadores. Porém, Cuca, que é competente tática e tecnicamente, vem demonstrando em todos os clubes por onde passou não ser muito hábil em gerenciar pessoas, em lidar com jogadores, e isso é uma peça muito importante para o cargo de treinador hoje em dia. Não precisamos ir muito longe, basta lembrarmos de Cuca no Botafogo e no Santos, onde ficou evidente a relação ruim que ele tinha com os atletas de ambas as equipes. O atacante Dodô, ex-Botafogo e Fluminense, que o diga. Dizem que Dodô não quer ver Cuca nem pintado de ouro. Enfim, ou Cuca revê sua carreira, avalia onde errou, ou terá esse tipo de problema pro resto da vida.

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Depois dos 4 a 2 pro Sport e dos 5 a 0 para o Coritiba alguém ainda duvida que jogador derrube treinador?